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Brasil | 02.12.2015 - 22h22
Impeachment: para o bem ou para o mal, Brasil vai começar a andar
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anunciou que aceitou o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, apresentado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, com base nas pedaladas fiscais de 2015. Ainda que a decisão de Cunha seja uma retaliação ao governo e ao PT pelo processo que enfrenta no conselho de Ética, os especialistas enxergam um lado “positivo” em tudo isso: finalmente, o Brasil começará a andar.
“O lado bom é que o país entra em um capítulo mais previsível”, afirma o cientista político Lucas de Aragão, sócio da Arko Advice. Isto porque, até agora, a maior tarefa de todos era tentar adivinhar o que se passava na cabeça de Cunha, cada vez mais acuado por acusações de envolvimento em esquemas de corrupção na Petrobras e, agora, na suposta venda de emendas para beneficiar o BTG Pactual, cujo principal sócio, André Esteves, foi preso pela Polícia Federal em nova fase da Lava Jato. “O andamento do Congresso volta a se basear mais na lógica política, e não no comportamento de Cunha”, observa Aragão.
O ponto, agora, é entender como os partidos se posicionarão quanto ao processo de impeachment. De um lado, o PSDB, principal legenda da oposição, já demonstrou cautela em relação à cassação de Dilma. O motivo é que os tucanos não se entendem nem entre eles. O principal beneficiado pela queda antecipada da petista seria o senador Aécio Neves, que concorreu ao Palácio do Planalto e perdeu por uma diferença mínima no segundo turno. Já o governador paulista, Geraldo Alckmin, manobra para se tornar o candidato do partido à presidência. Por isso, torce para que Dilma e o PT sangrem até 2018, aumentando suas chances de vitória.
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William Kellermann - 03/12/2015 - 09h18
Se houver realmente um Impeachment, preparem-se para ver o PT eleito em 2018. O Impeachment não é bom para a imagem do Brasil perante o mundo, até mesmo pela instabilidade política e econômica, a qual agravar-se-ia ainda mais com tal processo. Além disso, qualquer que seja o candidato que assuma o posto de Presidente no lugar de Dilma Rousseff, não conseguirá evitar o déficit geral de 2016. Estrategicamente falando, é bom para o PT que o Impeachment ocorra, pois terão fortes argumentos para a campanha de Lula nas eleições de 2018. Pois teriam sido golpeados por Cunha, pelo Congresso, pelo PMDB e pela Direita (a qual não é nem um pouco representada pelo PSDB). Além dos péssimos anos de 2016 e talvez 2017, juntamente às privatizações que com certeza ocorreriam, devido ao imediatismo gerado. Imaginem a venda de grandes empresas dentro do país de maior potencial do mundo e por um preço de banana devido a crise enfrentada, ou seja, a pior decisão nesse momento seria a privatização. O Impeachment não bom, principalmente em um momento onde não há um líder para assumir o Brasil. É necessário, portanto, que o PT continue com a Presidência da República e termine de colher os frutos da sua péssima administração, para que em 2018 seja democraticamente tirado do poder. Com urnas eletrônicas de voto impresso.
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