O fim de semana em Pelotas mostrou que o prefeito Eduardo Leite acertou quando anunciou, em 25 de agosto, um pacote de medidas destinado a ampliar a segurança pública na cidade, para tentar cobrir a precariedade dos serviços das polícias civil e militar.

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Anselmo Rodrigues certamente discorda da famosa declaração de “Joãozinho 30”. O carnavalesco disse certa vez: “Quem gosta de pobreza é intelectual; pobre gosta é de luxo”.

Conhecido como "Governaço", o candidato do PDT a prefeito de Pelotas pela quinta vez conserva o velho estilo populista, prometendo de novo, como ele diz, “fazer um governaço para os pobres e os humildes”. 

Anselmo foi prefeito por dois mandatos. Depois disso tentou duas vezes chegar ao Paço de novo, mas perdeu nas urnas. Nessas vezes, os pobres e humildes de Pelotas disseram NÃO ao médico, indicando que o seu “marketing populista” não funciona mais.

O governo de Eduardo e Paula se destacou, sobretudo, em três áreas: infraestrutura, saúde e educação. Há mais uma, que podemos chamar de coragem de desagradar. 

Ao contrário de governos anteriores, que evitavam mexer em assuntos “espinhosos”, aparentemente com medo de perder votos, a dupla de jovens tucanos não teve receio de enfrentar os temas polêmicos e fundamentais para a cidade. Ou seja, em vez de pensar em seus interesses pessoais, priorizaram o bem-comum. Aliás, enfatize-se, mesmo com alta aprovação, Leite, coerente com seu pensamento, decidiu não concorrer à reeleição. É preciso aplaudir uma atitude assim, absolutamente incomum, porque não personalista, desapegada, expressão da verdadeira “nova política”. 

O site-jornal Amig@s de Pelotas considera a professora Paula Mascarenhas (PSDB) a melhor e mais bem preparada candidata à prefeitura na eleição de outubro próximo. Abrimos publicamente nosso voto, por uma questão de transparência, seguindo um exemplo da moderna imprensa mundial - para que o leitor fique ciente da posição do veículo e não seja enganado.

Em sua convenção, na semana passada, o PDT preferiu repisar o passado, escolhendo Anselmo Rodrigues ao invés do ex-reitor do IFSul Antônio Carlos Brod para concorrer a prefeito.

O médico conserva o estilo populista que o elegeu duas vezes ao Paço. Fala em nome dos milhares de “pobres”. E é capaz de apelar a frases de efeito tentando colar nos adversários uma pecha.

Mais por baixo que barriga de jararaca em termos nacionais, o PT pelotense também não decepciona. Começa o processo eleitoral com uma "estratégia" que o apequena ainda mais aos olhos do eleitor: recorre à justiça para tentar retirar da internet um vídeo oficial que o partido da estrela solitária considera "propaganda eleitoral antecipada por parte do prefeito Eduardo Leite".

Leitor que assina Joe, comentando o post Vereadores de oposição, perdidos, estão sem discurso. Deveriam parar de criar caso e colaborar com o prefeito, traz à luz algumas outras verdades.

Registrou ele: "Tenho acompanhado, por gostar de análise política, o relacionamento entre o Executivo e o Legislativo, em Pelotas. Notei que, desde o primeiro momento, alguns vereadores se preocuparam em ter uma Mesa Diretora de oposição ao prefeito. 

Este objetivo foi conseguido e, desde então, há uma hostilidade permanente de alguns vereadores, que formam, no geral, a maioria, em relação aos aliados do prefeito".

Joe acrescenta:

Depois de um tempo, a gente percebe que é muito mais producente enfatizar o elogio aos acertos do gestor público que a crítica a suas eventuais falhas. A vida, já tão pesada, fica melhor de ser vivida.

Ninguém merece amanhecer como se estivesse sob bombardeio. Criticar com argumentos sólidos faz parte, mas só criticar como fazem os vereadores de oposição é um filme velho que não ajuda e cuja motivação todo mundo conhece.

Além de fazerem a crítica com finalidade puramente política-eleitoral, sem espírito público, são incapazes de sugerir soluções viáveis para os problemas que apontam. 

Eduardo Leite teve uma semana e tanto. Além da divulgação da pesquisa do Instituto Methodus que o mostra com 60,1% de aprovação entre os pelotenses, além de líder disparado e vitorioso em todos os cenários eleitorais, o Tribunal de Contas do Estado aprovou suas contas de 2013 e o tucano deu início a novas obras viárias que, no conjunto das diversas frentes de trabalho que abriu, estão dando um novo rosto à cidade.

A pesquisa confirma em números que em 99% dos casos não há milagre em política. Cada vez mais os dividendos das figuras públicas deixam de ser resultado de firulas e demagogia - e sim de trabalho e compromisso. 

A boa avaliação do jovem tucano indica que na política atual parecem mais reduzidos os espaços para megalômanos ou mitômanos e mais amplos os espaços para os humildes e trabalhadores.

Parabéns ao Eduardo Leite. Sua aprovação, merecida, decorre de sua capacidade de trabalho, de sua articulação, de sua postura respeitosa e equilibrada. Pelotas agradece.

Um dos principais legados dos bravos procuradores da Lava Jato e do destemido juiz Sérgio Moro é o exemplo do que Ministério Público e Justiça podem realizar quando dispostos a cumprir à risca seu papel.

Faria bem ao País se os seus colegas nos municípios e estados agissem como eles, investigando de forma organizada e “a fundo” as denúncias de irregularidades na esfera pública, esquadrinhando o modus operandi dos delitos e concedendo entrevistas coletivas à imprensa, como fazem em Curitiba.

Em Pelotas, com raríssimas exceções, infelizmente, não é o que ocorre. A maioria dos representantes do MP atua com lentidão e de forma desarticulada quando comparado ao pessoal de Curitiba.

Antes das grandes tempestades, vêm as profundas calmarias.

Com exceção compreensível do município de Santo André, no ABC paulista, a crise política nacional e a iminência da votação do impeachment minimizam a importância dos fatos nos municípios.

Em Pelotas, não é diferente. Mas, na semana que termina, uma notícia importante passou quase despercebida dos pelotenses.

Uma notinha no Diário Popular de quinta (7) revela um comentário incômodo proferido pelo vereador Beto da Z3, do PT. 

Cronologia: na segunda-feira passada (2), Pablo Rodrigues, editor do Diário Popular, publicou artigo de sua lavra criticando a prefeitura pela morte de Jorge Luís Coutinho, funcionário do Sanep soterrado enquanto trabalhava numa obra sem condições de segurança. Dia 15, o Amig@s de Pelotas veiculou editorial criticando o silêncio do prefeito em relação ao caso. Dia 17, o jornalista e advogado Renato Varoto compartilhou o editorial do Amig@s no seu endereço pessoal de facebook. Na manhã de 18, Varoto voltou ao facebook - para relatar que recebera telefonema de uma pessoa próxima ao prefeito Eduardo Leite, protestando contra o compartilhamento do editorial do Amig@s e, segundo ele, intimidando-o ao ponto de fazê-lo temer por sua integridade e a de sua família. Sábado (20), no DP, o jornalista e assessor especial da prefeitura Sadi Sapper escreveu artigo intitulado "É dura a vida dos homens públicos decentes". No mesmo sábado, o Amig@s republicou o artigo de Sadi. Uma hora depois, às 14h, o Amig@s recebeu nota do assessor da prefeitura (intitulada Da Dignidade do Silêncio) Luiz Caminha, contestando o editorial do Amig@s, nota esta prontamente publicada pelo site.

A sequência dos acontecimentos retrata a preocupação de um governo (e aliados) de reagir à crítica de maneira pronta e organizada. Três pessoas, um telefonema açodado, um artigo, uma nota oficial. É ano eleitoral, tem-se como certo que Leite concorrerá à reeleição, talvez isso explique a reação em cadeia. 

Nas três manifestações favoráveis ao prefeito, novas coisas foram ditas que merecem novos comentários e esclarecimentos, sobretudo porque, embora tenham o propósito de projetar luz sobre os fatos, não chegam a revelá-los, mas os banham com nova tonalidade.