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  • Pelotas | 06.02.2016 - 12h46

    Por onde pisam os carnavalescos

    A. F. Monquelat

    Mosaicos Stanisci ou saiba por onde pisa

    Do blog pelotasdeontem.blogspot.com.br

    A data de instalação da fábrica de mosaicos do Sr. Domingos Stanisci em Pelotas ocorreu no ano de 1891, sem que possamos poder afirmar ter sido esta a primeira fábrica de mosaicos da cidade.

    Três anos depois da instalação da fábrica, em uma pequena propaganda publicada no jornal Correio Mercantil de janeiro de 1894, era divulgado, sob o título de Indústria Nacional, que a fábrica de mosaicos de Domingos Stanisci, cujas especialidades eram tijoleiras com letreiros para passeios, pátios, soteias e etc.; tijoleiras em azulejo para forrar corredores e cozinhas e garantia prontidão, nitidez e preços módicos, bem como  encarregava-se de qualquer trabalho em terra romana.

    Informava por último, que a fabrica do Sr. Stanisci estava localizada à Rua General Osório nº9. 

    Em novo anúncio, publicado pelo Correio Mercantil em abril de 1896, agora com nova razão social que mudara para Domenico Stanisci & C., com casa em Pelotas, à Rua General Osório º33, e filial em Rio Grande, à Rua Zalony nº51; lia-se que, tendo os proprietários deste estabelecimento feito aquisição de importantes máquinas, grande e variado sortimento de moldes e material, podiam fornecer a preço sem concorrência, tijoleiras para passeios, pátios, soteias, mesas para jardins, para forrar corredores, cozinhas, letreiros, etc.

    Tendo a casa numeroso pessoal podia atender com prontidão a qualquer pedido.

    Embora instalada desde o ano de 1891, é somente em fevereiro do ano de 1900 que vamos encontrar uma descrição mais pormenorizada da fábrica.

    A fábrica, que mudara do número 9 da Rua General Osório para o número 33 da mesma rua, ficava na esquina da Rua Sete de Abril [D. Pedro II].

    O estabelecimento estava em condições de atender as mais caprichosas exigências do consumo, com mais de cem tipos diversos de tijoletas, de cimento e granito, aplicáveis a passeios de rua, pátios, soteias e outras dependências de casa.

    Na fábrica só entravam, para a confecção dos produtos, areia e cimento, e dali saíam os mais variados mosaicos, de inteligente e artística combinação, com os requisitos que se exigissem.

    O pessoal empregado era de 12 a 16 homens e, a produção da fábrica era avultada e grande era o consumo de seus produtos, principalmente em Pelotas.  O Sr. Stanisci atendia também diversos pedidos de outras cidades do interior do Estado, assim como de outros estados do país.

    Seu maquinário era composto de duas prensas, as mais aperfeiçoadas no gênero, “em incessante atividade”, que sentavam sobre as tijoletas dentro das formas em que se adaptavam, e das quais saíam para ficar em depósito, durante o espaço de 24 horas, nas prateleiras, passando então aos tanques, retiradas daí, depois de igual espaço de tempo, para a fila, prontas a ser utilizadas.

    O depósito do estabelecimento era de 20:000$000, com um capital de 40:000$000, para o seu atual funcionamento.

    As máquinas como todos os contramoldes, de ferro, em número superior a 300, eram oriundos da Argentina, na sua grande maioria.

    O trabalho era todo manual.

    Da mesma procedência recebia a fábrica, em grandes partidas, granizos de mármore, de cores, que combinados com o cimento, na fôrma em que entravam, davam peças de granito artificial, preferíveis ao mármore em solidez e durabilidade. Havia trabalhos desta natureza em colunas, escadarias, balaústres, etc., “admiravelmente acabados”.

    A fábrica do Sr. Domingos Stanisci era “um legítimo orgulho para o seu fundador e para a indústria da cidade de Pelotas”.

    Um vigarista na fábrica de mosaicos

    Em abril de 1913, Antônio Datto, que se intitulava profissional no serviço de mosaicos, foi ao escritório da fábrica do Sr. Domingos Stanisci solicitar-lhe emprego, no que foi bem sucedido.

    Tendo-se empregado tratou logo de arranjar uma aparência adequada para um conto do vigário que tinha em mente aplicar.

    E assim planejando, conseguiu a confiança do Sr. Stanisci, que lhe adiantou, segundo informações obtidas pela imprensa da época, a importância de 225$000 além de uma fiança que dera para Antônio mandar confeccionar um terno de casimira, no valor de 80$000.

    Na manhã de 8 de abril, como Antônio soubesse que o Sr. Domingos Stanisci, que se encontrava em Rio Grande, resolvera voltar para Pelotas, não teve dúvidas em pôr-se ao fresco. Para isso, dirigiu-se à estação da Viação Férrea, com o intuito de tomar o trem que se dirigia para o interior.

    Havendo denúncia à polícia administrativa, esta tentou, na estação, prender o vigarista.  Antônio, vendo movimento suspeito, se escondeu no interior dos carros.

    Sendo perseguido pela polícia, resolveu refugiar-se em lugar seguro, escolhendo para isso o WC de um carro de primeira classe. Fechando-se por dentro, conseguiu  ir até o Capão do Leão. No entanto, em seguida, foi trazido para Pelotas.

    O Sr. Stanisci deu parte do ocorrido ao Sr. capitão Pedro Dias, dizendo ter sido vítima de uma exploração.

    O capitão Dias tomou providências a respeito.

    Ainda hoje pelas calçadas da cidade é possível ver um que outro desses mosaicos, já centenários,  mas sólidos, portanto...veja por onde pisa.

    Fonte de consulta: Bibliotheca Pública Pelotense - CDOV / e acervo de A.F. Monquelat / Revisão do texto e tratamento de imagem: Bruna Detoni.

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