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Pelotas | 16.02.2016 - 17h03
Prefeitura 'tira-teima' sobre remanejamento de verba do carnaval para saúde
Material fornecido pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura.
Pergunta - A prefeitura pode usar recursos do Carnaval em outra área? Isso não é ilegal?
Resposta - Pode, sim, isso é totalmente legal. É preciso entender que parte dos recursos do Orçamento Municipal são “carimbados”, isto é: eles têm um destino certo, obrigatório. Como os recursos contratados pela prefeitura junto ao PAC Cidades Históricas para qualificar o paisagismo da Praça Coronel Pedro Osório ou junto ao PAC Pavimentação para a requalificação de grandes avenidas. Esses recursos têm de ser aplicados somente nestes fins.
A outra parte do Orçamento vem da arrecadação de impostos locais e de transferências obrigatórias e tem de respeitar os mínimos determinados em Lei: 25% na Educação, 15% na Saúde e 5% para a Câmara Municipal. O restante é de livre aplicação do Município. Mas ainda tem que custear a máquina pública (salários de servidores, eletricidade, telefone, internet, combustível, etc.).
É o que sobra após todas essas despesas que a prefeitura escolhe onde vai aplicar. E a prefeitura decidiu aplicar na Saúde. Nesse caso é que se enquadravam os repasses ao Carnaval.
Em anos anteriores, a prefeitura optou por repassar cerca de R$ 2,1 milhões para a festa popular. Em 2016, contudo, considerando a crise nacional e estadual e o atraso de repasses de verbas dessas esferas, decidiu mudar o destino dos recursos de livre aplicação.
Para poder agregar mais recursos na área da Saúde e garantir a conclusão de obras importantes e o funcionamento de novos serviços, foi preciso mexer neste montante de livre aplicação e fazer reduções e cortes. Por exemplo, além do Carnaval: R$ 100 mil que seriam investidos em abrigos de ônibus, os recursos para a queima de fogos de artifício na praia do Laranjal no Réveillon, os apoios a eventos como Fenadoce e Festival Sesc de Música, entre outros.
Pergunta - Como a prefeitura vai provar que usou esses recursos na Saúde?
Resposta - A primeira comprovação é o aumento de mais de R$ 10 milhões no Orçamento de 2016 na área da Saúde, que pode ser conferido, entre outros locais, no Portal da Transparência.
Enquanto em 2015 foram destinados cerca de R$ 57 milhões à Saúde, para 2016 estão previstos mais de R$ 68 milhões. O valor excedente vai ser usado para custear a conclusão das obras e os equipamentos das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) localizadas na avenida Bento Gonçalves e na Ferreira Viana, e para colocá-las em funcionamento. O custo mensal de salários dos profissionais, insumos e materiais, por exemplo, será de mais de R$ 1 milhão – quase R$ 7 milhões em seis meses.
O custeio das UPAs é repartido da seguinte forma: 50% vem do Governo Federal; 25%, do Governo do Estado, e 25%, da prefeitura. A prefeitura está fazendo a conta do pagamento total dessa despesa porque sabe que a parte dos recursos dos Governos Federal e Estadual não chegará, ao menos nos primeiros seis meses.
A prefeitura também vai assumir a metade do valor da construção de três novas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) – na Sanga Funda, na Vila Nova e no Corrientes. Cada uma custa R$ 800 mil. Como o Governo Federal vai repassar R$ 400 mil, a prefeitura vai “abraçar” o restante, para que os Postos de Saúde sejam concluídos, o que representa mais R$ 1,2 milhão de investimento.
A prova concreta do destino dos recursos será quando as três UBSs forem concluídas e as UPAs entrarem em funcionamento.
Pergunta - Se a prefeitura cortou recursos do Carnaval e outras áreas para aplicar na Saúde por que então ainda há filas no Pronto Socorro?
Resposta - Os recursos dos cortes e reduções, do Carnaval e de outras áreas, serão aplicados para a conclusão das UPAs e das UBSs Sanga Funda, na Vila Nova, e em Corrientes, e para custear o funcionamento das UPAs por seis meses – tempo que a prefeitura estima que o governo federal levará para começar a efetuar os repasses de custeio.
Estes investimentos só vão aparecer, efetivamente, quando essas unidades forem inauguradas e as UPAs estiverem funcionando. O governo está se precavendo para garantir a conclusão e o sustento destes serviços, essenciais para melhorar a qualidade de vida da nossa gente. A prefeitura tem certeza que, quando entrarem em funcionamento, ocorrerá uma revolução na Saúde, os sacrifícios de agora vão ser recompensados e irão beneficiar a toda a população.
Pergunta - A prefeitura tem como garantir que não haverá longa espera no PSP depois que as UPAs entrarem em operação?
Resposta - Como há fatores externos que também influenciam no movimento do PSP não há como dar garantias de que não haverá mais espera ou filas. Por exemplo: sempre após os feriadões, aumenta o fluxo de pessoas, embora o PSP funcione 24 horas, ininterruptamente. Se todo mundo resolver ir ao Pronto Socorro no mesmo dia, a espera será inevitável. Mas não dá para desprezar o impacto que a cidade terá quando as duas UPAs começarem a funcionar. Elas vão atender juntas o dobro do que o PSP atende hoje. As UPAs terão capacidade para atender 15 mil pessoas/mês ou cerca de 500 pessoas/dia – o PSP atendeu em fevereiro uma média de 256 pessoas/dia.
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Lânderson - 17/02/2016 - 10h27
Muito engraçado tais respostas, porque somente neste momento? Será que o Carnaval não ocorreu como ele esperava, as inúmeras fotos não foram suficientes para sua campanha publicitária? Particularmente não sou um grande fã do carnaval, mas beira o ridículo essa atitude populista do prefeito. Tal remanejamento de verbas pode ser feito simplesmente reduzindo o número de cargos em comissão que em sua grande maioria não passam de cabides eleitorais (troca de favores políticos) ou buscando uma solução real para os mais de 70 prédios alugados pelo grande gestor.
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